Buenos Aires

Testemunho de Erasmus pela Teresa Ribeiro e Marta Aposta no 1º semestre do ano letivo 2019/2020

Porquê ir de Erasmus e o que te levou a escolher esse destino?

Eu sempre quis ir de Erasmus mal entrei na faculdade, até queria ter ido na licenciatura mas não foi possivel por isso só fui no primeiro ano de mestrado. Eu e a Marta Aposta queriamos ir para fora da europa então começamos a ver os acordos que a UC tinha.
Na américa do Sul só havia acordos para o Brazil, Chile e Argentina. No inicio queria muito ir para o Santiago, no Chile mas a Aposta prefiria ir para a Bueno Aires, na Argentina então fizémos um prós e contras entre ambas as cidades e decidimos ir para Buenos Aires.

Quais é que achaste que foram as grandes vantagem e, ao mesmo tempo, desvantagens por terem ido para fora de Europa?

Um deles seria estar longe e não conseguir vir a casa. Por um lado é perfeito porque nos obriga a estar imersos na experiencia de Erasmus, mas por outro, quando a saudade aperta, custa.
Outro exemplo seria cidade ser ENORME! Nada a haver com as cidades europeias. Por exemplo, quando queriamos combinar algo entre amigos como ir beber um café, demoravamos cerca de 1 hora a chegar lá só para ser um café que fosse central a todos. Tinhamos mesmo de planear com quem estávamos. Mas um ponto positivo disto era que a cidade tinha sempre algo por explorar.
Por ultimo, embora pareça que ir para a Argentina seja assustador porcausa da distancia e por irmos sozinhos, ou no meu caso só com uma amiga, a verdade é que senti me muito bem acolhida e recomendo vivamente a irem lá. Buenos aires tem mais de 10 universidades ou seja bastantes estudantes e eles sabem acolher-nos. Aliás, o próprio governo tem um progama para nos acolher e fazer sentir integrados. Eu sei que na Europa os países também têm disso mas em Buenos Aires era de uma dimensão que nunca tinha imaginado.

Como foi o processo burocrático antes de ires de Erasmus? Sentes que o departamento e os serviços responsáveis te deam o apoio necessário? Qual foi a tua maior dificuldade neste processo e como é que a ultrapassaste?

Sinto que foi aquilo toda a gente espera, tive de me inscrever como é obvio, candidatar me a uma bolsa, depois tratar do passaporte e fazer um exame em Espanhol no qual o DEM auxilia. O meu único problema grave foi que tinha me inscrito no mestrado mas não concluí a matricula a tempo porque já estava lá e pensava que já estava feita mas afinal não.
Depois já não haviam vagas abertas para o meu mestrado e estive em risco iminente de ter de voltar para Portugal mas graças ao professor Fernando Antunes e ao Provedor do Estudante tudo se resolveu.

Sentes que o facto de teres ido com uma colega do Departamento te ajudou na integração ou preferias ter ido sozinha se fosse hoje?

Claro que me ajudou e se fosse hoje ia outra vez com ela. Obviamente que também não estávamos sempre juntas uma com a outra até porque tinhamos cadeiras diferentes em polos diferentes da universidade ou até mesmo cheguei a ir a festas a que ela não foi e vice versa.
Dá sempre uma enorme segurança ir com alguém mas ao mesmo tempo também é bom fazermos algumas coisas sozinhos para nos testarmos e sairmos da nossa própria “bolha”. Depois com o passar do tempo e algumas idas a festas acabámos por fazer um ótimo grupo de amigos, a integração também depende para onde vais e se acolhem bem. Há várias organizações para fazer os alunos se sentirem integrados mas a que mais gostámos era a FIUBA que era só para alunos de engenharia.
Até o próprio governo nos tentava ajudar a integrar, há um programa chamado Study in Buenos Aires e mal chegámos recebemos um kit com um cartão de telefone, metro, um mapa.

Notas muitas diferenças entre os métodos de ensino e condições da universidade em relação à Universidade de Coimbra, nomeadamente o DEM?

Muito. Para começar a maioria dos estudantes trabalha enquanto estuda o que faz com que vão para as aulas com outra mentalidade.
E os professores também trabalham por isso tanto os profs como os alunos têm um contacto com a indústria que nós não temos. O nível de avaliação também é muito diferente.
Temos de passar aos módulos da matéria para ter acesso ao exame final, onde depois sai toda a matéeria junta
Quanto aos trabalhos, se não tirarmos 100% eles enviam nos o que está errado para corrigirmos.

Quando se está lá fora do que é que se sente mais falta?

Da família, nunca tinha passado o natal sem a minha família e custou me muito. Também senti falta dos meus amigos quando estavam todos juntos, mas já estava mentalizada que ía acontecer.

Conta nos um momento que te tenha marcado e que vais recordar para sempre.

Na véspera do meu aniversário, estava a voltar para casa à noite e quando dei por mim era meia noite, estava sozinha num autocarro a caminho de casa mas nunca me tinha sentido tão contente. Estava a fazer 21 anos, num sitio onde queria estar e senti me bastante realizada com as minhas conquistas a nivel pessoal e profissional.

Fazendo um breve resumo e em retrospetiva, como correu a experiência – e de uma maneira geral, na tua opinião, quais são as melhores e os aspetos menos positivos de ir de erasmus?

Coisas boas, serve para melhorar um idioma, tornares – te mais empático e com uma mente mais aberta, comparares métodos de ensino, estilos de vida e fazeres amigos de cada canto do mundo
Menos positivo, muito difícil responder… Nada é perfeito, não é por ires de Erasmus que deixam de acontecer coisas más. Há dias que estamos mais tristes, há dias que temos de estudar mais… Nada que não aconteça se estivesses em Portugal.